Telmo Oliveira é o novo rosto da FAPAG-Federação das Associações de Pais do Concelho de Gondomar, tendo tomado posse no dia 11 de março. Em conversa com o VivaCidade mencionou a importância da presença dos pais no leito escolar e os seus principais objetivos para o mandato que inicia.
Porque se candidatou ao cargo de Presidente da FAPAG?
Esta vontade de candidatar-me surge após ter me envolvido, há uns anos atrás, na associação de pais da Escola Básica da Arroteia. Na altura, também por falta de participação, os pais foram apoiando-me e incentivando-me a permanecer no cargo de Presidente dessa associação de pais. Na altura foi um pouco imposto, mas acabei por aceitar a proposta e começamos a realizar um trabalho interessante. Na minha perspectiva, depois de entrarmos num movimento parental, começamos a ganhar um gosto e esse gosto começa a aumentar consoante a dinâmica que vamos realizando.
Como gostava que o seu mandato ficasse reconhecido?
A nossa maior aposta é a proximidade. Proximidade essa, com a comunidade educativa, com os parceiros e com o Município. A nossa visão é mais alargada, posso dizer que temos novos horizontes, isto significa que queremos que todos trabalhem com um só sentido, sempre em prol da educação, tanto a nível concelhio, como a nível nacional. Apesar de que, a educação em Gondomar é o nosso foco.
Sabemos que temos que estreitar laços com o Município, que nos tem recebido muito bem. Com os parceiros que aliás, foram um grande incentivo à minha candidatura. Quanto aos meus colegas, eles foram um grande apoio à minha candidatura, porque eu já pertencia à FAPAG. Na altura desempenhava o papel de assessor da direção e posso dizer que eles foram empurrando-me para realizar esta candidatura. Nesse sentido, perante todo este apoio, surgiu a minha vontade de candidatar-me
A minha ideia é precisamente estarmos isentos, sendo que o nosso desígnio será a partilha e a comunicação, criando uma grande proximidade e uma facilitação de processos.
A UCAPG é vista como inimiga ou como parceira? Como agora representa esta nova direção, pergunto-lhe como é que avalia esta situação que herdou da anterior? Dado que mencionou a vontade de estreitar laços com as entidades e parceiros.
Temos que ter presente que agora, temos uma nova direção, composta por um novo corpo de órgãos sociais e que possui uma visão diferente e mais alargada. O que nós consideramos, e eu também enquanto Presidente, é que Gondomar e o movimento associativo parental tem espaço para todos os agentes que se constituam e se posicionem de forma legal e construtiva. Nesses moldes, mais atores e mais agentes poderá significar melhores dinâmicas para a educação no concelho. Estamos cá para construir pontes e isso só se faz se respeitarmos o rio e as suas margens. Considero que todos são bem-vindos, desde que venham com o intuito do bem da educação, O único propósito deste movimento que existe há 30 anos -FAPAG- é precisamente isso, a nossa essência são os alunos, o movimento parental e o remar todos por uma melhor educação no concelho. Por isso, a nossa ideia, o nosso destino baseia-se na proximidade, onde todos os envolvidos possam trabalhar em conjunto.
Compreendo que o Telmo chegou agora e com isso, não tem nada a ver com o que aconteceu no passado, mas as coisas estão como estão e querendo ou não, neste momento, vemos que o movimento está dividido e o que lhe pergunto é como irá encarar esta questão. Pretende um dia falar com o outro lado?
Não coloco isso fora de questão. Nós somos uma Federação totalmente aberta e pessoalmente, tenho uma visão muito alargada e flexível, e nesse sentido, não tenho problema nenhum, nem divergências. Alias, até tenho pessoas que conheço e que me dou bem, que parabenizaram-me pela minha tomada de posse. Portanto, quero que fique claro que a FAPAG é uma instituição aberta e cada vez mais, será ainda mais aberta. A educação é uma área extremamente sensível na nossa sociedade, para se criar qualquer tipo de divergências, nós temos que trabalhar num só sentido, ou seja, temos que estar unidos de forma construtiva, criando pontes, mas tendo sempre a noção das nossas limitações e dos enquadramentos legais que devemos ter.
Quanto às medidas que pretendem implementar o que é que tem no vosso plano para este futuro próximo?
Como já referi, em primeiro, diria que a palavra chave seria a proximidade, que remos implementá-la de uma forma mais dinâmica. Considero, muito sinceramente, que a equipa que foi constituída para trilhar este caminho comigo é vasta, dinâmica e muito competente, até porque, por sermos voluntários, não temos que ser propriamente amadores e nesse sentido, considero que temos uma equipa muito profissional e diversa, sendo cada um proveniente de diversas áreas, mas que fazem um “todo” muito forte.
Esta aproximação com as associações e com toda a comunidade educativa irá originar, obrigatoriamente, uma maior dinâmica e a nossa participação fará com que estejamos mais atentos até na mediação de algumas situações mais complicadas. Nós sabemos que ninguém tem uma “varinha de condão” para resolver todos os problemas que irão acontecer, mas se estivermos todos unidos, num só sentido, conseguiremos minimizar os impactos desses conflitos e divergências.
Fruto desta proximidade, nós pretendemos, junto das associações de pais, dar apoio na formação, principalmente na área da fiscalidade, porque existe muita debilidade nessa área, mesmo até quando eles estão a representar as próprias associações.
Um outro ponto concerne à legalização, quanto à própria constituição das associações de pais, as provas de vida, e ainda ajudar nas próprias assembleias, porque às vezes, parece muito simples, mas existe sempre algumas dificuldades em cumprir estatutos e regulamentos, ou seja, queremos que eles estejam enquadrados com a parte legal, dentro do sistema educativo, para que depois a passagem de testemunho para os restantes colegas seja mais fácil, porque isto é cíclico, de x em x anos, temos que passar a pasta.
Quando tomou posse, como é que encontrou a Federação?
Encontramos a Federação de uma forma normal, com um peso de uma pandemia que durou dois anos, e que ainda vivemos. Temos que ter noção que esta situação limitou muito a sociedade e a anterior direção, dai ser importante a alavanca da proximidade. A nossa ideia é precisamente atacar pela proximidade, queremos estar ainda mais ativos com as associações. Tanto que, nós tomamos posse no dia 11 de março e já tivemos no terreno, também já temos várias reuniões marcadas com vários parceiros, sempre com o intuito de unir a educação em Gondomar. Queremos fazer isto de uma forma muito humilde e dinâmica. Sempre gostei de inovar, seja em que área for e nesse sentido quero estar, juntamente com a minha equipa, de forma muito próxima, ir para o terreno e queremos fazer nascer, de uma forma construtiva, a educação no nosso concelho, sem olhar obstáculos a nada, nem a ninguém.
Como é que avalia a educação no nosso concelho?
Há uma parte na educação em Gondomar que vejo com bons olhos. Temos que reconhecer que houve uma mudança muito positiva na própria autarquia e com este fator, começa um ciclo que considero muito importante para Gondomar que é o renovar da educação que sempre defendi que deveria estar com a vereação ligada à cultura, porque a pessoa tem outra abrangência da área. Na minha perspectiva, o vereador Luís Filipe Araújo foi muito bem escolhido. E, aqui acontece, felizmente para Gondomar, duas mudanças de ciclo, por um lado a Câmara renova-se no âmbito educacional, assim como a FAPAG também se renova com os novos Órgãos Sociais. Nesse sentido, os dois elementos, de mãos dadas, irão potenciar a educação. Juntos, poderemos alavancar a educação no nosso município e fazer do nosso concelho uma referência nacional. Posso dizer que a FAPAG é das Federações que tem mais entidades a representar no próprio país e sempre foi muito bem vista neste nível. Neste momento, por inerência, também pertenço à CONFAP e presencio isso quando lido com outras Federações. O que pretendo é que nós sejamos vistos como uma referência de qualidade e isto passa por estarmos completamente alinhados com a autarquia. Sabemos que, provavelmente, pode aparecer situações em que sejamos divergentes, mas temos que ter a capacidade de fluir esses mesmos problemas, de forma a resolvê-los positivamente. A educação em Gondomar entra num novo ciclo, numa nova era e vejo este novo ciclo, com bons olhos.
Que mensagem gostaria de deixar aos pais?
É muito importante que os pais intervenham nas próprias associações, que se juntem a elas. Eu digo isto de forma muito sentida, porque eu próprio, há uns anos atrás, entrei de uma forma diferente, mas depois de entrar, despertou um gosto que me fez estar aqui, onde estou hoje. Ao entrar neste movimento parental, percebemos que esta intervenção é muito importante para a educação dos nossos filhos. É muito importante que as crianças sintam a presença dos pais nas escolas.